sábado, junho 27, 2009

As raízes ao redor.

Talvez se eu errar por um instantinho o ano daquela data eu pudesse começar meu agora naquele dia fatídico, talvez se eu abrir um pouco mais o livro ele se despedasse em milhões de finais possíveis, e talvez eles se espalhem pelo chão. Mas antes disso é certo eu mudar a cada instante, é certo o caule da muda virar tronco, o menino cheio de páginas ter enfim uma capa, mas não é certo o cerne ser sem mudas, nem as mudanças não terem eixos, eu confio nessa minha impressão de talvez, de que a qualquer instante eu erre na data, e coloque uns anos a menos e tudo volte a ser daquele dia errado em diante, eu sinto que a minha história cresceu dentro de mim até dar bons frutos, e o melhor deles são as sementes dentro das sementes, posso a qualquer instante plantar um novo tempo, posso abrir minha fala e deixar mil histórias sair sem fim, ou simplesmente fechar tudo em um único final, seria em si uma grande correção, e uma semente no silêncio, há plantios entre as páginas do Chão e elas me semeam. O tempo me dá um ponto qualquer sem exatidão, mas já seria um começo, um meio e um talvez. Antes do incerto e o do atestado vai a minha história uma questão: "- És um pé de quê?"