quinta-feira, outubro 23, 2008

Os dois lados da moeda.

Reconheço tardiamente a existência por dois lados.

Antes só via um, no tempo contemplativo, a existência observada, ver e saber o que está sendo visto, reconhecer.

Hoje eu percebo a existência em dois lados, ela do lado de fora, ela do lado de dentro.

Meu jeito de interagir com o mundo é a existência se dando dentro de mim, e cada um tem sua maneira de recepcioná-la, assim sendo somos como lago a refletir um céu, talvez com a escuridão de nossa profundidade ou com a transparência de nossas águas, mas se descobre ali uma outra existência, e nisso se desdobram outros raciocínios, alguns óbvios, outros difíceis, mas o qual eu mais gosto fala sobre a diferença entre as pessoas.

A diferença entre as pessoas assiste à mesma paisagem, isso provoca cenários e situações completamente distintos, ainda que refletindo a mesma cena.

Essas diferenciações não são mais respeitadas pela cultura moderna, que busca funcionar com grande coerência para sustentar uma sociedade previsível e nisso segura.

As diferenciações humanas são até perigosas, elas podem provocar catastofres invisíveis ou mesmo escandalosas como terrorismos ou religiões. As que não posso ver tenho maior medo, pois elas se mesclam nas atitudes dos outros, em pequenas coisas que uma hora ou outra irão nos pegar de jeito. Como por exemplo o uso inescrupuloso dos recursos naturais.

Eu também não tenho como sugerir uma solução para isso, a individualidade vai se tornar um luxo e um risco, dada a quantidade de pessoas no mundo vai ser fácil um indivíduo encontrar uma tribo, e essa quantidade de pessoas fazer parecer que a humanidade pode ser formada por um só tipo de gente em sua totalidade, o que com certeza aniquilaria com a minha diversão em encontrar mundos dentro de mundos.

Mas cada dia que avança nos desencontros de pensamento, a gente se descobre mais perdido, mais impotente e cansados.

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